Sunday, December 23, 2007
A minha música de Natal aos 5 anos
A todos um Bom Natal
A todos um Bom Natal
Que seja um Bom Natal, para todos vós
Que seja um Bom Natal, para todos vós
No Natal pela manhã
Ouvem-se os sinos tocar
E há uma grande alegria, no ar
A todos um Bom Natal
A todos um Bom Natal
Que seja um Bom Natal, para todos vós
Que seja um Bom Natal, para todos vós
Nesta manhã de Natal
Há em todos os países
Muitos milhões de meninos, felizes
A todos um Bom Natal
A todos um Bom Natal
Que seja um Bom Natal, para todos vós
Que seja um Bom Natal, para todos vós
Vão aos saltos pela casa
Descalças ou com chinelos
Procurar suas prendas, tão belas
A todos um Bom Natal
A todos um Bom Natal
Que seja um Bom Natal, para todos vós
Que seja um Bom Natal, para todos vós
Depois há danças de roda
As crianças dão as mãos
No Natal todos se sentem irmãos
A todos um Bom Natal
A todos um Bom Natal
Que seja um Bom Natal, para todos vós
Que seja um Bom Natal, para todos vós
Se isto fosse verdade
Para todos os Meninos
Era bom ouvir os sinos tocar.
Refrão A todos um Bom Natal A todos um Bom Natal Que seja um Bom Natal, para todos vós Que seja um Bom Natal, para todos vós
Monday, November 26, 2007
A minha resposta do 25 de Novembro
Pergunto ao vento que passa
notícias do meu país
e o vento cala a desgraça
o vento nada me diz.
Pergunto aos rios que levam
tanto sonho à flor das águas
e os rios não me sossegam
levam sonhos deixam mágoas.
Levam sonhos deixam mágoa
sai rios do meu país
minha pátria à flor das águas
para onde vais?
Ninguém diz.
Se o verde trevo desfolhas
pede notícias e diz
ao trevo de quatro folhas
que morro por meu país.
Pergunto à gente que passa
por que vai de olhos no chão.
Silêncio -- é tudo o que tem
quem vive na servidão.
Vi florir os verdes ramos
direitos e ao céu voltados.
E a quem gosta de ter amos
vi sempre os ombros curvados.
E o vento não me diz nada
ninguém diz nada de novo.
Vi minha pátria pregada
nos braços em cruz do povo.
Vi minha pátria na margem
dos rios que vão pró mar
como quem ama a viagem
mas tem sempre de ficar.
Vi navios a partir
(minha pátria à flor das águas)
vi minha pátria florir
(verdes folhas verdes mágoas).
Há quem te queira ignorada
e fale pátria em teu nome.
Eu vi-te crucificada
nos braços negros da fome.
E o vento não me diz nada
só o silêncio persiste.
Vi minha pátria parada
à beira de um rio triste.
Ninguém diz nada de novo
se notícias vou pedindo
nas mãos vazias do povo
vi minha pátria florindo.
E a noite cresce por dentro
dos homens do meu país.
Peço notícias ao vento
e o vento nada me diz.
Mas há sempre uma candeia
dentro da própria desgraça
há sempre alguém que semeia
canções no vento que passa.
Mesmo na noite mais triste
em tempo de servidão
há sempre alguém que resiste
há sempre alguém que diz não.
Manuel Alegre
notícias do meu país
e o vento cala a desgraça
o vento nada me diz.
Pergunto aos rios que levam
tanto sonho à flor das águas
e os rios não me sossegam
levam sonhos deixam mágoas.
Levam sonhos deixam mágoa
sai rios do meu país
minha pátria à flor das águas
para onde vais?
Ninguém diz.
Se o verde trevo desfolhas
pede notícias e diz
ao trevo de quatro folhas
que morro por meu país.
Pergunto à gente que passa
por que vai de olhos no chão.
Silêncio -- é tudo o que tem
quem vive na servidão.
Vi florir os verdes ramos
direitos e ao céu voltados.
E a quem gosta de ter amos
vi sempre os ombros curvados.
E o vento não me diz nada
ninguém diz nada de novo.
Vi minha pátria pregada
nos braços em cruz do povo.
Vi minha pátria na margem
dos rios que vão pró mar
como quem ama a viagem
mas tem sempre de ficar.
Vi navios a partir
(minha pátria à flor das águas)
vi minha pátria florir
(verdes folhas verdes mágoas).
Há quem te queira ignorada
e fale pátria em teu nome.
Eu vi-te crucificada
nos braços negros da fome.
E o vento não me diz nada
só o silêncio persiste.
Vi minha pátria parada
à beira de um rio triste.
Ninguém diz nada de novo
se notícias vou pedindo
nas mãos vazias do povo
vi minha pátria florindo.
E a noite cresce por dentro
dos homens do meu país.
Peço notícias ao vento
e o vento nada me diz.
Mas há sempre uma candeia
dentro da própria desgraça
há sempre alguém que semeia
canções no vento que passa.
Mesmo na noite mais triste
em tempo de servidão
há sempre alguém que resiste
há sempre alguém que diz não.
Manuel Alegre
Friday, November 16, 2007
Saturday, November 03, 2007
Encosta-te a mim
Encosta-te a mim,
nós já vivemos cem mil anos
encosta-te a mim,
talvez eu esteja a exagerar
encosta-te a mim,
dá cabo dos teus desenganos
não queiras ver quem eu não sou,
deixa-me chegar.
Chegado da guerra,
fiz tudo p´ra sobreviver em nome da terra,
no fundo p´ra te merecer
recebe-me bem,
não desencantes os meus passos
faz de mim o teu herói,
não quero adormecer.
Tudo o que eu vi,
estou a partilhar contigo
o que não vivi,
hei-de inventar contigo
sei que não sei,
às vezes entender o teu olhar
mas quero-te bem,
encosta-te a mim.
Encosta-te a mim,
desatinamos tantas vezes
vizinha de mim,
deixa ser meu o teu quintal
recebe esta pomba que não está armadilhada
foi comprada, foi roubada, seja como for.
Eu venho do nada porque arrasei o que não quis
em nome da estrada onde só quero ser feliz
enrosca-te a mim,
vai desarmar a flor queimada
vai beijar o homem-bomba,
quero adormecer.
Tudo o que eu vi,
estou a partilhar contigo o que não vivi,
um dia hei-de inventar contigo
sei que não sei,
às vezes entender o teu olhar
mas quero-te bem,
encosta-te a mim
Jorge Palma
nós já vivemos cem mil anos
encosta-te a mim,
talvez eu esteja a exagerar
encosta-te a mim,
dá cabo dos teus desenganos
não queiras ver quem eu não sou,
deixa-me chegar.
Chegado da guerra,
fiz tudo p´ra sobreviver em nome da terra,
no fundo p´ra te merecer
recebe-me bem,
não desencantes os meus passos
faz de mim o teu herói,
não quero adormecer.
Tudo o que eu vi,
estou a partilhar contigo
o que não vivi,
hei-de inventar contigo
sei que não sei,
às vezes entender o teu olhar
mas quero-te bem,
encosta-te a mim.
Encosta-te a mim,
desatinamos tantas vezes
vizinha de mim,
deixa ser meu o teu quintal
recebe esta pomba que não está armadilhada
foi comprada, foi roubada, seja como for.
Eu venho do nada porque arrasei o que não quis
em nome da estrada onde só quero ser feliz
enrosca-te a mim,
vai desarmar a flor queimada
vai beijar o homem-bomba,
quero adormecer.
Tudo o que eu vi,
estou a partilhar contigo o que não vivi,
um dia hei-de inventar contigo
sei que não sei,
às vezes entender o teu olhar
mas quero-te bem,
encosta-te a mim
Jorge Palma
Sunday, October 28, 2007
Friiiiiiiiiiio
O casaco que está, habitualmente, de prevenção na mala saltou cá para fora. A lista das prendas de Natal e dos postais a enviar já está no moleskine (não há nada pior do que chegar a 21 de Dezembro e escrever os postais de Natal no Tribunal Militar de Lisboa, por manifesta falta de tempo).
Sair à noite implica vestir roupa de Inverno. No Jardim da Parada, as crianças brincam agasalhadas. "L. não te esqueças de vestir o casaco", ouve-se.
Apetece-me ficar em casa, em pijama de flanela, ao pé da lareira. E cozinhar brigadeiros e bolos de chocolate para a pequenada.
Chegou o frio! Vem aí o Inverno! (Já tinha saudades) Agora, vou agarrá-lo com as duas mãos!
Sair à noite implica vestir roupa de Inverno. No Jardim da Parada, as crianças brincam agasalhadas. "L. não te esqueças de vestir o casaco", ouve-se.
Apetece-me ficar em casa, em pijama de flanela, ao pé da lareira. E cozinhar brigadeiros e bolos de chocolate para a pequenada.
Chegou o frio! Vem aí o Inverno! (Já tinha saudades) Agora, vou agarrá-lo com as duas mãos!
Wednesday, October 24, 2007
*****
Sentir la cadencia de tu cuerpo
temblando esparcido sobre el trigo,
la alfombra de pájaros hacia el viento,
como el mismo dorado hilo
de aceite en la tinaja,
como el tiempo y, a veces,
como decir te quiero
con la voz de la palabra desnuda.
Rafael de Cózar
temblando esparcido sobre el trigo,
la alfombra de pájaros hacia el viento,
como el mismo dorado hilo
de aceite en la tinaja,
como el tiempo y, a veces,
como decir te quiero
con la voz de la palabra desnuda.
Rafael de Cózar
It´s up to you New York!
Isaac Davis: She's 17. I'm 42 and she's 17. I'm older than her father, can you believe that? I'm dating a girl, wherein, I can beat up her father.
Thursday, October 11, 2007
Novos papéis
Nos últimos dias fui eu que te quis carregar ao colo. Não que tu tenhas deixado de o fazer, mas pela primeira vez, eu tive vontade de agarrar e cuidar de ti.
Da mesma maneira que me embalas nos teus braços desde o dia em que nasci.
A vida coloca-nos provações terríveis. Num dia somos felizes, no outro não. Mas será que já chegámos à altura de partilharmos juntas os problemas. Será que vamos inverter os nossos papéis?
Eu sei que quero partilhar tudo contigo. Sempre soube. Só agora me sinto capaz de o fazer. Espero que confies em mim.
Para a minha mãe.
Da mesma maneira que me embalas nos teus braços desde o dia em que nasci.
A vida coloca-nos provações terríveis. Num dia somos felizes, no outro não. Mas será que já chegámos à altura de partilharmos juntas os problemas. Será que vamos inverter os nossos papéis?
Eu sei que quero partilhar tudo contigo. Sempre soube. Só agora me sinto capaz de o fazer. Espero que confies em mim.
Para a minha mãe.
Wednesday, October 03, 2007
Monday, October 01, 2007
Eu vou te amar
Eu sei que eu vou-te amar
Por toda a minha vida
Eu vou-te amar
Em cada despedida
Eu vou-te amar
Desesperadamente,
Eu sei que vou-te amar
Ahhh
Por cada verso meu, cada verso meu
Será para te dizer que
Eu sei que vou-te amar
Por toda a minha vida
Eu sei que vou-te amar
Por toda a minha vida
Eu vou-te amar
Em cada despedida
Eu vou-te amar
Desesperadamente
Eu sei que eu vou-te amar
Eu sei que eu vou-te amar
Por toda a minha vida
Eu vou-te amar
Em cada despedida
Eu vou-te amar
Desesperadamente
Eu sei que eu vou-te amar
Por toda a minha vida
Eu sei que vou chorar
A cada ausência tua
Eu vou chorar
Mas cada volta tua
Há-de apagar
O que esta ausência tua me causou
Eu sei que vou sofrer
A eterna desventura de viver
À espera de viver
Ao lado teu
Por toda a minha vida
Eu sei que vou-te amar
letra de Vinícius de Moraes. música de Tom Jobim
Por toda a minha vida
Eu vou-te amar
Em cada despedida
Eu vou-te amar
Desesperadamente,
Eu sei que vou-te amar
Ahhh
Por cada verso meu, cada verso meu
Será para te dizer que
Eu sei que vou-te amar
Por toda a minha vida
Eu sei que vou-te amar
Por toda a minha vida
Eu vou-te amar
Em cada despedida
Eu vou-te amar
Desesperadamente
Eu sei que eu vou-te amar
Eu sei que eu vou-te amar
Por toda a minha vida
Eu vou-te amar
Em cada despedida
Eu vou-te amar
Desesperadamente
Eu sei que eu vou-te amar
Por toda a minha vida
Eu sei que vou chorar
A cada ausência tua
Eu vou chorar
Mas cada volta tua
Há-de apagar
O que esta ausência tua me causou
Eu sei que vou sofrer
A eterna desventura de viver
À espera de viver
Ao lado teu
Por toda a minha vida
Eu sei que vou-te amar
letra de Vinícius de Moraes. música de Tom Jobim
Thursday, September 27, 2007
Old 55
Well my time went so quickly,
I wentlickety-splickly out to my old '55
As I drove away slowly, feeling so holy, God
knows, I was feeling alive.
Now the sun's coming up, I'm riding with Lady
Luck, freeway cars and trucks,
Stars beginning to fade, and I lead the parade
Just a-wishing I'd stayed a little longer,
Oh, Lord, let me tell you that the feeling's
getting stronger.
And it's six in the morning, gave me no warning; I
had to be on my way.
Well there's trucks all a-passing me, and the
lights are all flashing,
I'm on my way home from your place.
And now the sun's coming up, I'm riding with Lady
Luck, freeway cars and trucks,
Stars beginning to fade, and I lead the parade
Just a-wishing I'd stayed a little longer,
Oh, Lord, let me tell you that the feeling's
getting stronger.
And my time went so quickly, I went
lickety-splickly out to my old '55
As I pulled away slowly, feeling so holy, God
knows, I was feeling alive.
Now the sun's coming up, I'm riding with Lady
Luck,
Freeway cars and trucks,
freeway cars and trucks,
freeway cars and trucks...
Tom Waits
I wentlickety-splickly out to my old '55
As I drove away slowly, feeling so holy, God
knows, I was feeling alive.
Now the sun's coming up, I'm riding with Lady
Luck, freeway cars and trucks,
Stars beginning to fade, and I lead the parade
Just a-wishing I'd stayed a little longer,
Oh, Lord, let me tell you that the feeling's
getting stronger.
And it's six in the morning, gave me no warning; I
had to be on my way.
Well there's trucks all a-passing me, and the
lights are all flashing,
I'm on my way home from your place.
And now the sun's coming up, I'm riding with Lady
Luck, freeway cars and trucks,
Stars beginning to fade, and I lead the parade
Just a-wishing I'd stayed a little longer,
Oh, Lord, let me tell you that the feeling's
getting stronger.
And my time went so quickly, I went
lickety-splickly out to my old '55
As I pulled away slowly, feeling so holy, God
knows, I was feeling alive.
Now the sun's coming up, I'm riding with Lady
Luck,
Freeway cars and trucks,
freeway cars and trucks,
freeway cars and trucks...
Tom Waits
Tuesday, September 25, 2007
Estado de Espírito III
"Everyone must leave something behind when he dies, my grandfather said. A child or a book or a painting or a house or a wall built or a pair of shoes made. Or a garden planted. Something your hand touched some way so your soul has somewhere to go when you die, and when people look at that tree or that flower you planted, you're there."
in Farenheit 451
Monday, September 24, 2007
"Yes, I think to myself, what a wonderful world"
É uma das nossas músicas favoritas. Sempre que a oiço volto aos nossos dias felizes sem preocupações. Basta-me fechar os olhos e estamos sentadas nas últimas duas carteiras da primeira fila.
"É proibido chorar sem aprender,
Levantar-se um dia sem saber o que fazer
Ter medo de suas lembranças."
in Pablo Neruda
"É proibido chorar sem aprender,
Levantar-se um dia sem saber o que fazer
Ter medo de suas lembranças."
in Pablo Neruda
Às vezes o amor...
Para a C. e para o J.
"Que hei-de eu fazer
Eu tão nova e desamparada
Quando o amor
Me entra de repente
P´la porta da frente
E fica a porta escancarada
Vou-te dizer
A luz começou em frestas
Se fores a ver
Enquanto assim durares
Se fores amada e amares
Dirás sempre palavras destas
P´ra te ter
P´ra que de mim não te zangues
Eu vou-te dar
A pele, o meu cetim
Coração carmesim
As carnes e com elas sangues
Às vezes o amor
No calendário, noutro mês, é dor,
é cego e surdo e mudo
E o dia tão diário disso tudo
E se um dia a razão
Fria e negra do destino
Deitar mão
À porta, à luz aberta
Que te deixe liberta
E do pássaro se ouça o trino
Por te querer
Vou abrir em mim dois espaços
P´ra te dar
Enredo ao folhetim
A flor ao teu jardim
As pernas e com elas braços
Às vezes o amor
No calendário, noutro mês, é dor,
É cego e surdo e mudo
E o dia tão diário disso tudo
Mas se tudo tem fim
Porquê dar a um amor guarida
Mesmo assim
Dá princípio ao começo
Se morreres só te peço
Da morte volta sempre em vida
Às vezes o amor
No calendário, noutro mês é dor,
É cego e surdo e mudo
E o dia tão diário disso tudo
Da morte volta sempre em vida."
Sérgio Godinho
"Que hei-de eu fazer
Eu tão nova e desamparada
Quando o amor
Me entra de repente
P´la porta da frente
E fica a porta escancarada
Vou-te dizer
A luz começou em frestas
Se fores a ver
Enquanto assim durares
Se fores amada e amares
Dirás sempre palavras destas
P´ra te ter
P´ra que de mim não te zangues
Eu vou-te dar
A pele, o meu cetim
Coração carmesim
As carnes e com elas sangues
Às vezes o amor
No calendário, noutro mês, é dor,
é cego e surdo e mudo
E o dia tão diário disso tudo
E se um dia a razão
Fria e negra do destino
Deitar mão
À porta, à luz aberta
Que te deixe liberta
E do pássaro se ouça o trino
Por te querer
Vou abrir em mim dois espaços
P´ra te dar
Enredo ao folhetim
A flor ao teu jardim
As pernas e com elas braços
Às vezes o amor
No calendário, noutro mês, é dor,
É cego e surdo e mudo
E o dia tão diário disso tudo
Mas se tudo tem fim
Porquê dar a um amor guarida
Mesmo assim
Dá princípio ao começo
Se morreres só te peço
Da morte volta sempre em vida
Às vezes o amor
No calendário, noutro mês é dor,
É cego e surdo e mudo
E o dia tão diário disso tudo
Da morte volta sempre em vida."
Sérgio Godinho
Caminho
Há seis anos que o ritual é o mesmo. Tu de ténis e eu de saltos altos. Eu ansiosa, tu descontraída. Eu pessimista, tu optimista. (Ainda te lembras da metáfora do autocarro?) A verdade é que o caminho tem sido sempre feito lado a lado.
Aos poucos fomos-nos entrelaçando na vida uma da outra. Devagarinho. Tu primeiro, eu depois. Ou terá sido ao contrário?! Desde o dia em que nos cruzámos no fim da frequência de pesquisa do 1º ano. Na altura, avisaram-nos que pessoas tão diferentes não podiam ser amigas. Era impossível.
Hoje, ocupas um lugar especial na galeria dos amigos. Fazes parte das memórias dos meus dias mais felizes, aconteça o que acontecer. (Não é também isto o amor?)
Por isso, venham de lá as alegrias e as tristezas. Os dias bons e os dias maus. Estou contigo para o resto do caminho.
Para a C.
Aos poucos fomos-nos entrelaçando na vida uma da outra. Devagarinho. Tu primeiro, eu depois. Ou terá sido ao contrário?! Desde o dia em que nos cruzámos no fim da frequência de pesquisa do 1º ano. Na altura, avisaram-nos que pessoas tão diferentes não podiam ser amigas. Era impossível.
Hoje, ocupas um lugar especial na galeria dos amigos. Fazes parte das memórias dos meus dias mais felizes, aconteça o que acontecer. (Não é também isto o amor?)
Por isso, venham de lá as alegrias e as tristezas. Os dias bons e os dias maus. Estou contigo para o resto do caminho.
Para a C.
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Amizade,
Catarina,
Memórias dos dias mais felizes
Lembrar os momentos que nos marcaram I
(Um post para a C.)
Acalma-me acreditar que os que partem vão para um lugar melhor, deste onde nos encontramos.
A imagem da perda é muito dura. Não consigo pensá-la como um fim. Antes o começo de uma qualquer etapa, que eu não sei como é.
Quando passam os meus dias de Alberto, e a minha procura por uma verdade definita e perfeita, procuro os que partiram.
Encontro o meu avô nos desenhos animados que víamos juntos. Sei que está sempre sentado na ponta do sofá, pronto para me contar uma história.
A minha bisavó Cença passeia-se pela casa, como se marchasse. Ficou-lhe o hábito da infância, por ter sido criada por um republicano. É sempre ela que abre a porta quando ajudamos alguém.
Todos os dias oiço o barulho do meu avô Carlos a escrever à máquina. O pai dele é a pessoa de cachimbo, que anda sempre carregada de livros, a discutir um mundo diferente.
O meu trisavô vive nas memórias da República. É esse princípio, o de um estado laico e igualitário para todas as classes, a origem das nossas ideias cá em casa.
Sei que sempre que caio me amparam as quedas. Estão sempre aqui. Ao pé de mim.
A tua avó continua aqui. Continua na tua mãe, em ti, e no teu mano.
Está presente nos hamburgos, no “ódio” aos comunistas, na crença de nossa Srª. Nas lágrimas de saudades que perdes, sem saber bem porquê. Na dignidade da tua mãe, que passou para ti.
Ela é uma das pessoas que vejo na tua cara quando falas de amor.
São dela as histórias que ouves à noite, na beira da cama.
Acalma-me acreditar que os que partem vão para um lugar melhor, deste onde nos encontramos.
A imagem da perda é muito dura. Não consigo pensá-la como um fim. Antes o começo de uma qualquer etapa, que eu não sei como é.
Quando passam os meus dias de Alberto, e a minha procura por uma verdade definita e perfeita, procuro os que partiram.
Encontro o meu avô nos desenhos animados que víamos juntos. Sei que está sempre sentado na ponta do sofá, pronto para me contar uma história.
A minha bisavó Cença passeia-se pela casa, como se marchasse. Ficou-lhe o hábito da infância, por ter sido criada por um republicano. É sempre ela que abre a porta quando ajudamos alguém.
Todos os dias oiço o barulho do meu avô Carlos a escrever à máquina. O pai dele é a pessoa de cachimbo, que anda sempre carregada de livros, a discutir um mundo diferente.
O meu trisavô vive nas memórias da República. É esse princípio, o de um estado laico e igualitário para todas as classes, a origem das nossas ideias cá em casa.
Sei que sempre que caio me amparam as quedas. Estão sempre aqui. Ao pé de mim.
A tua avó continua aqui. Continua na tua mãe, em ti, e no teu mano.
Está presente nos hamburgos, no “ódio” aos comunistas, na crença de nossa Srª. Nas lágrimas de saudades que perdes, sem saber bem porquê. Na dignidade da tua mãe, que passou para ti.
Ela é uma das pessoas que vejo na tua cara quando falas de amor.
São dela as histórias que ouves à noite, na beira da cama.
Thursday, September 20, 2007
Chelsea Morning
Woke up, it was a chelsea morning, and the first thing that I heard
Was a song outside my window, and the traffic wrote the words
It came a-reeling up like christmas bells, and rapping up like pipes and drums
Oh, wont you stay
Well put on the day
And well wear it till the night comes
Woke up, it was a chelsea morning, and the first thing that I saw
Was the sun through yellow curtains, and a rainbow on the wall
Blue, red, green and gold to welcome you, crimson crystal beads to beckon
Oh, wont you stay
Well put on the day
Theres a sun show every second
Now the curtain opens on a portrait of today
And the streets are paved with passers
byAnd pigeons fly
And papers lie
Waiting to blow away
Woke up, it was a chelsea morning, and the first thing that I knew
There was milk and toast and honey and a bowl of oranges, too
And the sun poured in like butterscotch and stuck to all my senses
Oh, wont you stay
Well put on the day
And well talk in present tenses
When the curtain closes and the rainbow runs away
I will bring you incense owls by night
By candlelight
By jewel-lightIf only you will stay
Pretty baby, wont you
Wake up, its a chelsea morning
Joni Mitchell
Was a song outside my window, and the traffic wrote the words
It came a-reeling up like christmas bells, and rapping up like pipes and drums
Oh, wont you stay
Well put on the day
And well wear it till the night comes
Woke up, it was a chelsea morning, and the first thing that I saw
Was the sun through yellow curtains, and a rainbow on the wall
Blue, red, green and gold to welcome you, crimson crystal beads to beckon
Oh, wont you stay
Well put on the day
Theres a sun show every second
Now the curtain opens on a portrait of today
And the streets are paved with passers
byAnd pigeons fly
And papers lie
Waiting to blow away
Woke up, it was a chelsea morning, and the first thing that I knew
There was milk and toast and honey and a bowl of oranges, too
And the sun poured in like butterscotch and stuck to all my senses
Oh, wont you stay
Well put on the day
And well talk in present tenses
When the curtain closes and the rainbow runs away
I will bring you incense owls by night
By candlelight
By jewel-lightIf only you will stay
Pretty baby, wont you
Wake up, its a chelsea morning
Joni Mitchell
Wednesday, September 19, 2007
Tenho 24 anos
24 anos
Carolina
Carolina
Nos seus olhos fundos
Guarda tanta dor
A dor de todo esse mundo
Eu já lhe expliquei que não vai dar
Seu pranto não vai nada mudar
Eu já convidei para dançar
É hora, já sei, de aproveitar
Lá fora, amor
Uma rosa nasceu
Todo mundo sambou
Uma estrela caiu
Eu bem que mostrei sorrindo
Pela janela, ói que lindo
Mas Carolina não viu
Carolina
Nos seus olhos tristes
Guarda tanto amor
O amor que já não existe
Eu bem que avisei, vai acabar
De tudo lhe dei para aceitar
Mil versos cantei pra lhe agradar
Agora não sei como explicar
Lá fora, amor
Uma rosa morreu
Uma festa acabou
Nosso barco partiu
Eu bem que mostrei a ela
O tempo passou na janela
Só Carolina não viu
Chico Buarque 1967.
Friday, September 14, 2007
Quase 24 II
"Este céu passará e então teu riso descerá dos montes pelos rios até desaguar no nosso coração"
Ruy Belo
Estado de Espírito III
No one knows I´m gone
Hell above and Heaven below
All the trees are gone
The rain made such a lovely sound
To those who are six feet under ground
The leaves will bury every year
And no one knows I’m gone
Live me golden tell me dark
Hide from Graveyard John
The moon is full here every night
And I can bathe here in his light
The leaves will bury every year
And no one knows I’m gone
Tom Waits
Hell above and Heaven below
All the trees are gone
The rain made such a lovely sound
To those who are six feet under ground
The leaves will bury every year
And no one knows I’m gone
Live me golden tell me dark
Hide from Graveyard John
The moon is full here every night
And I can bathe here in his light
The leaves will bury every year
And no one knows I’m gone
Tom Waits
Thursday, September 13, 2007
Headlines
Billy: It's finding the center of your story, the beating heart of it, that's what makes a reporter. You have to start by making up some headlines. You know: short, punchy, dramatic headlines. Now, have a look, what do you see? [Points at dark clouds at the horizon]
Billy: Tell me the headline.
Quoyle: Horizon Fills With Dark Clouds?
Billy: Imminent Storm Threatens Village.
Quoyle: But what if no storm comes?
Quase 24...
Não posso, minimamente, queixar-me da vida. (Se houve coisa que deu para perceder nos últimos dias na América Latina foi isso.)
Nesta fase de transição para os 24, essa idade terrível que está apenas a um ano de um quarto de século, penso sempre no que poderia ter feito. Ainda não vivi em Nova York, não fui voluntária em África, não viajei 6 meses pela Ásia. Mas o pensamento mais aterrador é se algum dia farei alguma destas coisas...
Há sempre uma nostalgia que me invade nas vésperas dos meus anos. A cada ano que passa, a expectativa aumenta. O medo também. (Aquele horrível sentimento de não ter a certeza de que se é capaz)
Nesta fase de transição para os 24, essa idade terrível que está apenas a um ano de um quarto de século, penso sempre no que poderia ter feito. Ainda não vivi em Nova York, não fui voluntária em África, não viajei 6 meses pela Ásia. Mas o pensamento mais aterrador é se algum dia farei alguma destas coisas...
Há sempre uma nostalgia que me invade nas vésperas dos meus anos. A cada ano que passa, a expectativa aumenta. O medo também. (Aquele horrível sentimento de não ter a certeza de que se é capaz)
Wednesday, September 12, 2007
Impressões do Brasil I
Ordem e Progresso diz a bandeira do Brasil. Nada mais irónico para o maior país da América Latina, onde é "normal" existirem crianças a sobreviver na rua e que se agarram às pernas dos turistas por comida. No país onde as garotinhas, de 15 anos para baixo, se oferecem na praia aos turistas, por qualquer trocado.
Nos últimos 15 dias, deu para ver que o Brasil, ainda, não passou de uma promessa.
Nos últimos 15 dias, deu para ver que o Brasil, ainda, não passou de uma promessa.
Sunday, August 12, 2007
Friday, August 03, 2007
Quando me sinto sem sentido, leio este poema...
É assim que te quero, amor,
assim, amor, é que eu gosto de ti,
tal como te vestes
e como arranjasos cabelos e como
a tua boca sorri,
ágil como a água
da fonte sobre as pedras puras,
é assim que te quero, amada,
Ao pão não peço que me ensine,
mas antes que não me falte
em cada dia que passa.
Da luz nada sei, nem donde
vem nem para onde vai,
apenas quero que a luz alumie,
e também não peço à noite explicações,
espero-a e envolve-me,
e assim tu pão e luz
e sombra és.
Chegastes à minha vida
com o que trazias,
feitade luz e pão e sombra, eu te esperava,
e é assim que preciso de ti,
assim que te amo,
e os que amanhã quiserem ouvir
o que não lhes direi, que o leiam aqui
e retrocedam hoje porque é cedo
para tais argumentos.
Amanhã dar-lhes-emos apenas
uma folha da árvore do nosso amor, uma folha
que há-de cair sobre a terra
como se a tivessem produzido os nosso lábios,
como um beijo caído
das nossas alturas invencíveis
para mostrar o fogo e a ternurade um amor verdadeiro.
Pablo Neruda
assim, amor, é que eu gosto de ti,
tal como te vestes
e como arranjasos cabelos e como
a tua boca sorri,
ágil como a água
da fonte sobre as pedras puras,
é assim que te quero, amada,
Ao pão não peço que me ensine,
mas antes que não me falte
em cada dia que passa.
Da luz nada sei, nem donde
vem nem para onde vai,
apenas quero que a luz alumie,
e também não peço à noite explicações,
espero-a e envolve-me,
e assim tu pão e luz
e sombra és.
Chegastes à minha vida
com o que trazias,
feitade luz e pão e sombra, eu te esperava,
e é assim que preciso de ti,
assim que te amo,
e os que amanhã quiserem ouvir
o que não lhes direi, que o leiam aqui
e retrocedam hoje porque é cedo
para tais argumentos.
Amanhã dar-lhes-emos apenas
uma folha da árvore do nosso amor, uma folha
que há-de cair sobre a terra
como se a tivessem produzido os nosso lábios,
como um beijo caído
das nossas alturas invencíveis
para mostrar o fogo e a ternurade um amor verdadeiro.
Pablo Neruda
Monday, July 09, 2007
Despedida II
Não gosto de homenagens póstumas. Nem sequer de pensar no fim. Aceito a verdade, mesmo sem querer, de que um dia todos partimos.
Acredito que as pessoas não morrem, verdadeiramente. Continuam nos filhos, nas obras que deixaram, nas pessoas que amaram, nos lugares de onde nunca conseguiram sair.
Urbano Tavares Rodrigues entrou no último capítulo do enorme, e generoso, livro que é a sua vida. Não há uma maneira bonita de o dizer. Não há nada que tire o aperto qeu sinto no peito quando penso nisso.
Hoje, quando falei com ele, não vi uma pessoa desesperada com a ideia do fim. É, como sempre foi, uma pessoa lúcida e consciente.
Por agora, resiste. Da mesma maneira como fez toda a vida. De pé. Vertical. Sem deixar de pensar nos outros.
A sua obra restará a todos. Para mim guardo outras memórias. Aqueles com que cresci no pensamento e as outras que resultam da vivência.
Já lhe disse (ao Urbano) uma vez, já escrevi num outro blog: "Ao pé de si tenho vontade de me tornar melhor pessoa." E é verdade. Conheci poucas pessoas boas. (Daquelas que não vêem o barro das pessoas, mas o melhor delas.) E ele é uma delas.
Acredito que as pessoas não morrem, verdadeiramente. Continuam nos filhos, nas obras que deixaram, nas pessoas que amaram, nos lugares de onde nunca conseguiram sair.
Urbano Tavares Rodrigues entrou no último capítulo do enorme, e generoso, livro que é a sua vida. Não há uma maneira bonita de o dizer. Não há nada que tire o aperto qeu sinto no peito quando penso nisso.
Hoje, quando falei com ele, não vi uma pessoa desesperada com a ideia do fim. É, como sempre foi, uma pessoa lúcida e consciente.
Por agora, resiste. Da mesma maneira como fez toda a vida. De pé. Vertical. Sem deixar de pensar nos outros.
A sua obra restará a todos. Para mim guardo outras memórias. Aqueles com que cresci no pensamento e as outras que resultam da vivência.
Já lhe disse (ao Urbano) uma vez, já escrevi num outro blog: "Ao pé de si tenho vontade de me tornar melhor pessoa." E é verdade. Conheci poucas pessoas boas. (Daquelas que não vêem o barro das pessoas, mas o melhor delas.) E ele é uma delas.
Despedida I
«Estive sempre do lado dos que levam pancada. E estarei até ao fim da vida, ao lado dos fracos contra os fortes»
Filho de sol poente
Quando teima em passear
desce de sal nos olhos
doente da falta de voltar
Filho de sol poente
Quando teima em passear
desce de sal nos olhos
doente da falta que sente do mar
Maria Rita
Filho de sol poente
Quando teima em passear
desce de sal nos olhos
doente da falta de voltar
Filho de sol poente
Quando teima em passear
desce de sal nos olhos
doente da falta que sente do mar
Maria Rita
Tuesday, July 03, 2007
Mar - Metáfora de um sonho de Verão
I
Primeiro estranha-se, depois entranha-se
The storm is coming but I don't mind
O sal torna-se parte da nossa pele
People are dying, I close my blinds
O azul, ao fundo, é o símbolo dos nossos sonhos
All that I know is I'm breathing now
E todas as experiências se tornam avassaladoras
I want to change the world...instead I sleep
II
Sim, acredito
I want to believe in more than you and me
É possível!
But all that I know is I'm breathing
III
All I can do is keep breathing
All we can do is keep breathing now
All that I know is I'm breathing
All I can do is keep breathing
All we can do is keep breathing now
All we can do is keep breathing
All we can do is keep breathing
All we can do is keep breathing
All we can do is keep breathing
All we can do is keep breathing now
INGRID MICHAELSON
Monday, June 18, 2007
Exames Nacionais 2007
Hoje fui em trabalho ao Liceu Camões, onde o meu avô materno estudou, para fazer uma reportagem sobre o primeirissimo dia das provas nacionais.
Não foi preciso muito para a nostalgia se apoderar de mim. Viajei no tempo até ao dia em que fiz o meu primeiro exame nacional.
Havia sol naquela manhã, a minha mães levou-me à escola e desejou-me, como sempre, boa sorte. E eu senti-a. Vestia umas calças pretas e a relva na escola tinha acabado ser regada. Se fechar os olhos ainda vejo a folha de exame. Não me esqueci. Nunca me esquecerei.
Exames nacinonais a acompanhar aqui no blog. E reportagens fresquinhas todosos dias aqui.
Não foi preciso muito para a nostalgia se apoderar de mim. Viajei no tempo até ao dia em que fiz o meu primeiro exame nacional.
Havia sol naquela manhã, a minha mães levou-me à escola e desejou-me, como sempre, boa sorte. E eu senti-a. Vestia umas calças pretas e a relva na escola tinha acabado ser regada. Se fechar os olhos ainda vejo a folha de exame. Não me esqueci. Nunca me esquecerei.
Exames nacinonais a acompanhar aqui no blog. E reportagens fresquinhas todosos dias aqui.
Saturday, June 16, 2007
Thursday, June 07, 2007
O sentido
O sentido não está em parte alguma.
É como um lábio truncado
ou como a música de um planeta distante.
Raramente é um palácio ou uma planície,
o diamante de um voo ou o coração da chuva.
Por vezes é o zumbido de uma abelha, uma presença pequena
e o dia é fogo sobre a corola do mar.
Ele bebe a violência e a obscuridade
e nas suas margens está o olvido e o caos.
Os seus caprichos contêm toda a distância do silêncio
e todo o fulgor do desejo.
Com desesperada música
estala por vezes sob a máscara do tempo.
Com as cinzas de água cria as lâmpadas de sombra
e de um lado é um deserto e do outro uma cascata.
Pode-se percorrê-lo algumas vezes como o espectro solar
ou senti-lo como um grito em farrapos ou uma porta condenada.
Muitas vezes os seus nomes não são nomes
ou são feridas, paredes surdas, finas lâminas,
minúsculas raízes, cães de sombra, ossos de lua.
Todavia, é sempre o amante desejado
que o poeta procura nos obscuros redemoinhos.
António Ramos Rosa
É como um lábio truncado
ou como a música de um planeta distante.
Raramente é um palácio ou uma planície,
o diamante de um voo ou o coração da chuva.
Por vezes é o zumbido de uma abelha, uma presença pequena
e o dia é fogo sobre a corola do mar.
Ele bebe a violência e a obscuridade
e nas suas margens está o olvido e o caos.
Os seus caprichos contêm toda a distância do silêncio
e todo o fulgor do desejo.
Com desesperada música
estala por vezes sob a máscara do tempo.
Com as cinzas de água cria as lâmpadas de sombra
e de um lado é um deserto e do outro uma cascata.
Pode-se percorrê-lo algumas vezes como o espectro solar
ou senti-lo como um grito em farrapos ou uma porta condenada.
Muitas vezes os seus nomes não são nomes
ou são feridas, paredes surdas, finas lâminas,
minúsculas raízes, cães de sombra, ossos de lua.
Todavia, é sempre o amante desejado
que o poeta procura nos obscuros redemoinhos.
António Ramos Rosa
Wednesday, June 06, 2007
Sinais dos tempos que correm I - Feira do Livro
Fiz, há uns dias, a minha primeira incursão pela Feira do Livro, como é habitual todos os anos. E, como sempre, reparei que a Feira está mais pequena, que as pessoas passeiam mais do que compram livros, que a crise económica atinge, todos os anos, o mercado dos livros.
Estava eu com estes pensamentos a subir o Parque Eduardo VII, quando me deparo com a primeira fila, enorme, de gente de livro na mão entusiasmada e pronta para pedir um autógrafo. Movida pela curiosidade espreito pelo meio da pequena multidão, e enquanto tentava passar pelos fotógrafos e fãs pensava "deve ser o Lobo Antunes ou o Saramago", e qual não é o meu espanto quando vejo que é o Vítor Baía.
Que fique bem claro: eu não tenho nada contra o jogador, mas não lhe reconheço méritos de grande escritor que justifique tamanha fila. Mas, o meu espanto não se ficou por ali, à medida que ia passeando pela Feira, vejo o Carlos Vaz Marques, a Marta Crawford, o José Rodrigues dos Santos sem filas como as do jogador Baía. A tentar igualar a assistência do jogador só mesmo Lobo Antunes e Saramago, mesmo sim tinham menos gente e menos imprensa... É um sinal dos tempos em que vivemos...
Estava eu com estes pensamentos a subir o Parque Eduardo VII, quando me deparo com a primeira fila, enorme, de gente de livro na mão entusiasmada e pronta para pedir um autógrafo. Movida pela curiosidade espreito pelo meio da pequena multidão, e enquanto tentava passar pelos fotógrafos e fãs pensava "deve ser o Lobo Antunes ou o Saramago", e qual não é o meu espanto quando vejo que é o Vítor Baía.
Que fique bem claro: eu não tenho nada contra o jogador, mas não lhe reconheço méritos de grande escritor que justifique tamanha fila. Mas, o meu espanto não se ficou por ali, à medida que ia passeando pela Feira, vejo o Carlos Vaz Marques, a Marta Crawford, o José Rodrigues dos Santos sem filas como as do jogador Baía. A tentar igualar a assistência do jogador só mesmo Lobo Antunes e Saramago, mesmo sim tinham menos gente e menos imprensa... É um sinal dos tempos em que vivemos...
Wednesday, May 30, 2007
BACK!
Não vale a pena vir com desculpas. Nem com grandes histórias.
Durante um tempo não tive paciência nem disponibilidade para postar todos os dias, mas também não fiz esforço nenhum para voltar a bloggar. Agora estou de volta! Dez dias num navio de guerra a caminho dos Açores e uma conversa com a Clara deram saudades do blog!
E pronto! Toca a blogar pessoal!
Durante um tempo não tive paciência nem disponibilidade para postar todos os dias, mas também não fiz esforço nenhum para voltar a bloggar. Agora estou de volta! Dez dias num navio de guerra a caminho dos Açores e uma conversa com a Clara deram saudades do blog!
E pronto! Toca a blogar pessoal!
Wednesday, January 10, 2007
Pelo Sim
Pastora do Corpo
Não ficas a guardar
o silêncio
do corpo
Nem a dor
nem a culpa
quando a vida fenece
Queres de ti lapidar
as rosas sanguíneas
Os rubis do teu útero
quando o tempo se esquece
por Maria Teresa Horta, pelo SIM
Não ficas a guardar
o silêncio
do corpo
Nem a dor
nem a culpa
quando a vida fenece
Queres de ti lapidar
as rosas sanguíneas
Os rubis do teu útero
quando o tempo se esquece
por Maria Teresa Horta, pelo SIM
Monday, January 08, 2007
Por SMS
Na ante-véspera da noite da passagem do ano sentei-me ao pé da lareira a apagar as mensagens que se acumularam no último ano. Ao apagá-las, apercebi-me da rapidez com que o tempo passou.
E lembrei-me das coisas que vivi no ano que passou. Não posso desejar mais, para mim, este ano. (Foi engraçado ver o meu primeiro dia no jornal ser contado às amigas; ou os preparativos das últimas férias; a discussão de filmes...)
Bom ano a todos!
E lembrei-me das coisas que vivi no ano que passou. Não posso desejar mais, para mim, este ano. (Foi engraçado ver o meu primeiro dia no jornal ser contado às amigas; ou os preparativos das últimas férias; a discussão de filmes...)
Bom ano a todos!
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