Sunday, August 02, 2009

Reconforto

Já nos habituámos a não pedir autorização para entrar nos respectivos mundos.

Chego cansada sempre que me abres a porta. Não é que o suor me escorra pela cabeça. Não é isso. É um cansaço de dever cumprido, mas ao mesmo tempo de quem acabou de sair das trincheiras.

Saio, furiosamente, do mundo para o teu recanto. As mil e uma peles, que uso nas minhas mil e uma tarefas, ficam à porta. Tiro os saltos altos e liberto-me. O relógio salta do pulso a uma velocidade que me faz esquecer, frequentemente, do sítio para onde foi.

E,calmamente, fico mais calma. É uma tranquilidade enorme que deita por terra o meu Vietname. E pronto. Enrosco-me, sem pedir licença, no teu ninho. Conforto-me no desconforto que mesmo o caos calmo pode ter. É bom.

Amanhã recomeço. Hoje não.

25 anos, 25 músicas (Parte VIII)