Monday, July 09, 2007

Despedida II

Não gosto de homenagens póstumas. Nem sequer de pensar no fim. Aceito a verdade, mesmo sem querer, de que um dia todos partimos.
Acredito que as pessoas não morrem, verdadeiramente. Continuam nos filhos, nas obras que deixaram, nas pessoas que amaram, nos lugares de onde nunca conseguiram sair.

Urbano Tavares Rodrigues entrou no último capítulo do enorme, e generoso, livro que é a sua vida. Não há uma maneira bonita de o dizer. Não há nada que tire o aperto qeu sinto no peito quando penso nisso.

Hoje, quando falei com ele, não vi uma pessoa desesperada com a ideia do fim. É, como sempre foi, uma pessoa lúcida e consciente.
Por agora, resiste. Da mesma maneira como fez toda a vida. De pé. Vertical. Sem deixar de pensar nos outros.

A sua obra restará a todos. Para mim guardo outras memórias. Aqueles com que cresci no pensamento e as outras que resultam da vivência.

Já lhe disse (ao Urbano) uma vez, já escrevi num outro blog: "Ao pé de si tenho vontade de me tornar melhor pessoa." E é verdade. Conheci poucas pessoas boas. (Daquelas que não vêem o barro das pessoas, mas o melhor delas.) E ele é uma delas.

2 comments:

lunamia said...

O que?????????
Nao acredito... Faleceu? Não sabia.
:(
Estou chocada, triste, abalada, e tantas outras coisas. Custa-me a acreditar.

Carina said...

O Professor Urbano faleceu?
Quando?
Ainda há pouco me falavam dele...
O que se passou?
Acredito que é uma perda horrível para o nosso triste mundo...