Thursday, March 08, 2012

It was the best of times, it was the worst of times

Desde pequenina que sei que queria ser Jornalista. Não sei se o vou ser até ao fim da vida, mas tem sido com muita persistência que me tenho aguentado no barco.

Desde a escola secundária que sei que queria trabalhar no Público. À media que fui crescendo e amadurecendo ganhei vontade pelo caminho que queria ser profissionalmente. O Público era um dos jornais lá se casa. Do pequeno tamanho da minha altura habituei-me a lê-lo no chão. Para mim era enorme, tal e qual como o Expresso que eu só podia ler supervisionada para não "desmanchar" o jornal todo.

Cresci com o Público e foi por isso que um dos dias mais felizes foi aquele em que lá entrei para estagiar. Lembro do sol de inverno me bater na cara quando fui "entregue" à minha editora. Numa voz brusca, que em pouco tempo se tornou suave, ela avisou: estamos em campanha, não tenho tempo para ti". Cavaco estava a dias de ser eleito e eu comecei a semana na Ajuda, em plena campanha de Louçã.

A vida deu voltas que eu nunca imaginei e três meses depois era convidada a ficar no jornal. O salário era uma ninharia e veio de forma precária, mas era o meu sonho a concretizar-se. O Público, a política, a São José.

Saí de lá pouco mais de um ano depois. Pelo meio ficou a Casa Pua, os Conselhos de Redacção extraordinários, a campanha do aborto, a paridade, o Parlamento e a memória dos que "fizeram" a nossa liberdade e que eu ajudei a contar.

Foram dias extraordinários. Uns muito bons, outros muito maus. Guardo do jornal algumas pessoas para sempre. Mas nenhuma delas é minha amiga. E isso não tem mal nenhum, porque o que vivemos juntos faz com que eu as tenha para sempre na memória.

Hoje, trabalho no Expresso e é lá que tenho alguns dos meus amigos para a vida.

Sábado revi muitas das pessoas que fizeram parte do projecto de comunicação mais especial do país. Não se foi o melhor, mas foi o mais especial. Falei com todos com quem trabalhei de perto, abracei os que me eram mais chegados. Foi bom, muito bom. E, apesar de tudo o que se tenha metido pelo meio, valeu a pena. E sentir isso é do melhor da vida:-)

1 comment:

Lily said...

Confesso que me emocionei ao ler este post. Temos diferentes percursos, mas há uma partilha do sonho, da batalha e a consciência de que, apesar de tudo, valeu a pena! E sobretudo que ali crescemos profissionalmente e que conhecemos tão boa gente, alguns amigos para toda a vida :)