Monday, July 25, 2011

E num minuto a vida pára

O pai de uma grande amiga partiu. Foi levado por inimigo traiçoeiro que não costuma perder. De um momento para o outro a fragilidade da vida ficou exposta. Sem qualquer remédio, a não ser enfrentá-la.

Jurei a mim mesma que não desabava no momento em que lhe daria primeiro abraço. Não aconteceu. Às tantas já não sabia qual a razão das minhas lágrimas. Se eram por um amor de quase 40 anos que chegava ao fim. Se pela dor da minha amiga. Se pelas (boas) memórias que tenho dele. Se pela revolta de ver morrer um homem bom tão cedo.

No momento em que a abracei a ela e à mãe desabei, mais do que uma vez. Não são suficientes os clichés de "temos de aproveitar a vida porque só temos uma". Mas isso é tão verdade. Tão verdade.

Por mais dificuldade que tenha em Acreditar, repito aquilo que um dia já aqui escrevi: "Quando passam os meus dias de Alberto, e a minha procura por uma verdade definita e perfeita, procuro os que partiram". O avô do Manuel continua nos olhos azuis dele.

6 comments:

Hugo Nofx said...

Raios parta a vida!
É a vidinha que temos.
beijos.

Hugo Nofx said...

Carolina, como tu sabes, toda a gente sabe, o tempo ajuda a sarar algumas dessas feridas. (Não podia fugir ao cliché! desculpa).

carolina said...

:-(

Mary Jane said...

Carolina, estavas a pedir muito de ti quando tentaste não desabar no primeiro abraço. Acho sinceramente não terá feito mal desabares, a tua amiga terá sentido o essencial: que estavas com ela naquele momento. És uma amiga especial de certeza, ainda para mais com um post destes (que bem se escusava, não é) para a amiga :)

carolina said...

Obrigada Mary Jane:-)

Lily said...

Também não consigo ser o rochedo...talvez porque ame demasiado as pessoas e a vida e por isso sofra tanto pela tristeza dos outros! Sabemos que é impossível, mas preferíamos poder suportar parte dessa dor. Deve ser isso que tu sentes. Mas acredita - não é fraqueza é amor!