Cresci com convicções muito fortes. Além das ideias e valores que me transmitiram sempre tive a noção do tipo de pessoa que queria ser: justa, honesta, solidária,... enfim... perfeita.
Mas mais do que ter a ideia do que queria ser, para mim sempre foi muito claro o que não queria ser. Durante anos houve, na minha mente, uma noção muito clara de várias coisas que eu não ia nunca fazer. E tinha certezas enormes sobre isto. Enormes. Tantas que foram várias as vezes que critiquei posturas menos correctas nas outras pessoas.
O tempo foi passando, eu cresci e dei por mim em situações onde nunca quis estar. A ceder onde nunca pensei ceder. A ter dúvidas em vez de certezas. De um momento para o outro tornava-me na tal pessoa que não queria ser. Quase sem dar por isso.
Foi aí que me dei conta do quão ténue é linha entre o que se quer e o que se deve fazer. E da facilidade com que qualquer um de nós pode ser a pessoa que escolhe o caminho menos correcto. E do quanto subjetivo é a noção de bem e de mal.
Quem nunca usou a expressão Eu não esse tipo de pessoa que atire a primeira pedra!
2 comments:
Há uns anos este post não me diria nada e hoje identifico-me um pouco com isso. Vamos fazendo opções e vivendo com o resultado. O problema muitas vezes acontece quando não queremos ver essa 'linha'. Cegos pelo amor, amizade, ambição ou outra coisa qualquer, o querer e dever serem o mesmo quando não era suposto!
Cumps,
Nuno V.
o problema é que o querer e o dever nem sempre se conjugam.
abraço,
Carolina
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