Detesto estereótipos e ideias pré-concebidas, mas mesmo assim lá vou tendo as minhas manias. E eu tinha a mania, e defendia-a com convicção, de que os americanos eram as pessoas mais egocêntricas e arrogantes do mundo. Pois é… afinal não são.
Passei as últimas três semanas nos EUA, em três cidades de dois estados diferentes. A princípio pensei que a simpatia das pessoas de São Petersburgo, na Flórida, se justificasse por ser uma cidade pequena do sul, onde as pessoas ainda têm tempo para conversar. Depois fui para Miami e pensei que enfim eram os sul-americanos que tornavam a frenética cidade num sítio familiar. Finalmente cheguei à selva. Apesar da enorme vontade em conhecer Nova Iorque, tinha o secreto receio que me atropelassem ou fizessem algo pior por lá…
Ao fim de três semanas só recebi sorrisos e boa vontade. Na maior parte das vezes nem precisava de dizer que estava perdida, havia sempre alguém que se aproximava e dizia “Do you need directions?” Numa me faltou uma alma simpática que me quisesse ajudar com os sacos, ou que me segurassem a porta, ou que me perguntassem de onde é que vinha. E quando não tinham bem a noção de onde ficava Portugal – a maioria conhecia o Cristiano Ronaldo e a selecção -, tinham curiosidade em saber mais. E a quantidade de mulheres – sim mulheres – que se aproximou de mim para dizer que gostava ou dos meus sapatos, ou da minha roupa, ou do meu estilo, assim sem me conhecerem de lado nenhum. E a quantidade de gente que me perguntou se eu queria que me tirassem uma fotografia?! Agora façamos uma refelxão interior e vejamos quantas vezes vemos os turistas a serem assim tratados na Europa, no nosso país, até mesmo por nós!
Sim, a América tem muitos defeitos, não passei a ser uma defensora do sistema de Estado capitalista selvagem, mas os americanos merecem ser vistos de outra maneira. Sem querer, deram-me uma enorme bofetada de luva branca, é que não se pode julgar o todo por uma pequena parte.
Podem-me dizer que tive sorte, mas já visitei muitas capitais europeias em que me nem sequer paravam para me indicar o nome de uma rua.
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