Hoje fui em trabalho ao Liceu Camões, onde o meu avô materno estudou, para fazer uma reportagem sobre o primeirissimo dia das provas nacionais.
Não foi preciso muito para a nostalgia se apoderar de mim. Viajei no tempo até ao dia em que fiz o meu primeiro exame nacional.
Havia sol naquela manhã, a minha mães levou-me à escola e desejou-me, como sempre, boa sorte. E eu senti-a. Vestia umas calças pretas e a relva na escola tinha acabado ser regada. Se fechar os olhos ainda vejo a folha de exame. Não me esqueci. Nunca me esquecerei.
Exames nacinonais a acompanhar aqui no blog. E reportagens fresquinhas todosos dias aqui.
Monday, June 18, 2007
Saturday, June 16, 2007
Thursday, June 07, 2007
O sentido
O sentido não está em parte alguma.
É como um lábio truncado
ou como a música de um planeta distante.
Raramente é um palácio ou uma planície,
o diamante de um voo ou o coração da chuva.
Por vezes é o zumbido de uma abelha, uma presença pequena
e o dia é fogo sobre a corola do mar.
Ele bebe a violência e a obscuridade
e nas suas margens está o olvido e o caos.
Os seus caprichos contêm toda a distância do silêncio
e todo o fulgor do desejo.
Com desesperada música
estala por vezes sob a máscara do tempo.
Com as cinzas de água cria as lâmpadas de sombra
e de um lado é um deserto e do outro uma cascata.
Pode-se percorrê-lo algumas vezes como o espectro solar
ou senti-lo como um grito em farrapos ou uma porta condenada.
Muitas vezes os seus nomes não são nomes
ou são feridas, paredes surdas, finas lâminas,
minúsculas raízes, cães de sombra, ossos de lua.
Todavia, é sempre o amante desejado
que o poeta procura nos obscuros redemoinhos.
António Ramos Rosa
É como um lábio truncado
ou como a música de um planeta distante.
Raramente é um palácio ou uma planície,
o diamante de um voo ou o coração da chuva.
Por vezes é o zumbido de uma abelha, uma presença pequena
e o dia é fogo sobre a corola do mar.
Ele bebe a violência e a obscuridade
e nas suas margens está o olvido e o caos.
Os seus caprichos contêm toda a distância do silêncio
e todo o fulgor do desejo.
Com desesperada música
estala por vezes sob a máscara do tempo.
Com as cinzas de água cria as lâmpadas de sombra
e de um lado é um deserto e do outro uma cascata.
Pode-se percorrê-lo algumas vezes como o espectro solar
ou senti-lo como um grito em farrapos ou uma porta condenada.
Muitas vezes os seus nomes não são nomes
ou são feridas, paredes surdas, finas lâminas,
minúsculas raízes, cães de sombra, ossos de lua.
Todavia, é sempre o amante desejado
que o poeta procura nos obscuros redemoinhos.
António Ramos Rosa
Wednesday, June 06, 2007
Sinais dos tempos que correm I - Feira do Livro
Fiz, há uns dias, a minha primeira incursão pela Feira do Livro, como é habitual todos os anos. E, como sempre, reparei que a Feira está mais pequena, que as pessoas passeiam mais do que compram livros, que a crise económica atinge, todos os anos, o mercado dos livros.
Estava eu com estes pensamentos a subir o Parque Eduardo VII, quando me deparo com a primeira fila, enorme, de gente de livro na mão entusiasmada e pronta para pedir um autógrafo. Movida pela curiosidade espreito pelo meio da pequena multidão, e enquanto tentava passar pelos fotógrafos e fãs pensava "deve ser o Lobo Antunes ou o Saramago", e qual não é o meu espanto quando vejo que é o Vítor Baía.
Que fique bem claro: eu não tenho nada contra o jogador, mas não lhe reconheço méritos de grande escritor que justifique tamanha fila. Mas, o meu espanto não se ficou por ali, à medida que ia passeando pela Feira, vejo o Carlos Vaz Marques, a Marta Crawford, o José Rodrigues dos Santos sem filas como as do jogador Baía. A tentar igualar a assistência do jogador só mesmo Lobo Antunes e Saramago, mesmo sim tinham menos gente e menos imprensa... É um sinal dos tempos em que vivemos...
Estava eu com estes pensamentos a subir o Parque Eduardo VII, quando me deparo com a primeira fila, enorme, de gente de livro na mão entusiasmada e pronta para pedir um autógrafo. Movida pela curiosidade espreito pelo meio da pequena multidão, e enquanto tentava passar pelos fotógrafos e fãs pensava "deve ser o Lobo Antunes ou o Saramago", e qual não é o meu espanto quando vejo que é o Vítor Baía.
Que fique bem claro: eu não tenho nada contra o jogador, mas não lhe reconheço méritos de grande escritor que justifique tamanha fila. Mas, o meu espanto não se ficou por ali, à medida que ia passeando pela Feira, vejo o Carlos Vaz Marques, a Marta Crawford, o José Rodrigues dos Santos sem filas como as do jogador Baía. A tentar igualar a assistência do jogador só mesmo Lobo Antunes e Saramago, mesmo sim tinham menos gente e menos imprensa... É um sinal dos tempos em que vivemos...
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