Sunday, September 25, 2011
E foi assim II
Há um lugar no sul da Malásia onde se fala português. Numa pequena cidade, um grupo de descendentes de portugueses preservaram a língua, a cultura, a comida.
Em Malaca há um grupo de foclore, um museu de Portugal, ruas com apelidos portugueses, pastéis de nata, restaurantes da "Prima Vera" e um homem fantástico, de 80 anos, que fala um português perfeito.
Nunca nenhuma destas pessoas pôs o pé em Portugal. Malaca, ou Melaka, celebrou este ano os 500 anos de presença portuguesa. Não é saudosismo do tempo da outra senhora, é chegar tão longe e ver que somos mais que o país do Ronaldo.
Que ninguém se diga surpreendido
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E foi assim I
Kuala Lumpur é uma cidade que pode ser descrita por clichés. "A cidade onde o velho se mistura com o novo. A cidade da diversidade cultural." Só que para um ocidental, em KL (como lhe chamam os malaios) o velho, o novo e a diversidade cultural ganham um contorno especial.
No meio de uma multidão de muçulmanos, indianos e chineses há prédios gigantes de onde se pode avistar Chinatown, ou Litle India. Todas as manhãs, esses prédios recebem centenas de executivos, homens e mulheres de véu islâmico, acompanhadas ao trabalho pelos maridos. Normalmente, despedem-se deles com um beijo na mão.
Do outro lado da cidade, sob um calor abrasador e o típico verde tropical, pode-se entrar na China, ou na Índia, de tão preservados que são os hábitos nos bairros típicos.
KL impressiona não pelo tamanho, mas pela harmonia. Pelo caos calma que emana.
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Em honra da Liliana Coelho
Depois da Zara.... agora isto Alguém me pode oferecer tudo?
Monday, September 12, 2011
Na América
Não fui criada com a ideia de "que na América é que é bom". Pelo contrário, sempre olhei com desconfiança para o país.
Na minha educação de esquerda, os EUA não eram o berço da liberdade de expressão. Eram a imagem atual do colonialismo e imperialismo. Mas também me deram a conhecer outra América, a do Woody Allen, da Susan Sarandon, do Martin Luther King, do Movimento pelos Direitos Civis, do jazz a sul do Mississipi.
Depois fui crescendo e, meio às escondidas, comecei a ver Beverly Hills e a gostar de All Stars e de Levis. No pico da adolescência quis trocar a pacífica e histórica Praga pela cosmopolita Nova Iorque. No entanto, a minha desconfiança com a América e os americanos manteve-se.
Estive na rua a gritar contra a guerra do Iraque em 2004, sou activa na luta contra a pena de morte, completamente contra Guantánamo, muito crítica da falta de Segurança Social no país.
O ano passado visitei os EUA e percebi que, ao contrário do que se diz, os arrogantes, na maior parte das vezes, somos nós, europeus. Somos nós que nos achamos civilizacionalmente e culturalmente superiores. O que em vários aspectos corresponde à verdade, na Europa não há pena de morte, há Estado social e toda a gente tem mais do que duas semanas de férias.
Mas a América tem uma coisa, a meritocracia. É difícil ser-se um dia pobre e no outro milionário, não compro essa ideia do sonho americano. Mas do outro lado do Atlântico a escada social é muito mais fácil de subir. Muito mais. Nada está garantido, para o bem e o para mal.
Há dez anos eu via-a confiança americana ser abanada pela mais cobarde das maneiras, ainda sem saber que uma década depois estaria apaixonada pelo país.
Thursday, September 08, 2011
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