Tuesday, September 21, 2010

Para A.


Os ponteiros do relógio nunca pararam nos últimos 12 anos, mas eu continuo sempre a ver-nos da mesma maneira. Na minha cabeça, ainda não despimos os pijamas azuis com bonecos. Continuamos na minha sala a conversar sobre a vida, como se já fossemos crescidas.

Tenho a certeza que quando nos conhecemos nos achávamos as miúdas mais adultas deste planeta. E foi essa responsabilidade, anormal no topo da adolescência, que nos uniu.

Não consigo explicar como uma certinha (ela) e uma impulsiva (eu) se continuaram a aturar estes anos todos. Ou melhor… se calhar até consigo… Deve ser a enorme paciência dela em ouvir-me as angústias, quando está a passar pelo melhor da vida e merece ser o centro de todos os mundos. Deve ser a generosidade que ela tem que a “obriga” a preocupar-se, sempre, comigo. Deve ser o carinho com que fica na cama a pensar se eu fui para casa. Deve ser a capacidade que ela tem em acreditar que amanhã vai ser tudo melhor para mim, sem pensar nela em primeiro lugar. Deve ser a felicidade que ela exprime no rosto quando eu lhe conto as minhas coisas. Deve ser por ela acreditar, muito mais do que eu, que há por aí alguém, que me complete, à espera. Deve ser por ela aceitar os meus momentos de dúvidas, mesmo quando vai contra todas as convicções que tem. Deve ser por ficar angustiada quando tem medo que eu cometa asneiras. Deve ser…

Ela é assim. Todos os dias. Agora vai melhorar a vida de todos nós para sempre. E eu quero mimá-la tanto que nem sei como. O que me consola, descansa, tranquiliza, é que sei que não tenho de me preocupar. Ela está completa.

1 comment:

Andreia Agostinho Dias said...

Opa, eu tou grávida!! As hormonas e tal e eu choro como uma pequena Madalena :) You're the best!